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Governadores das províncias do Norte da Argentina debatem Rota Bioceânica em Brasília



Governadores das nove províncias que formam o Norte Grande da Argentina participaram de reunião em Brasília, nessa quarta-feira (19), para conhecer em detalhes as oportunidades de desenvolvimento econômico e social que se abrem com a implantação da Rota Bioceânica, um corredor rodoviário ligando o Brasil ao Chile e que passará pelo Paraguai e essa região da Argentina. A reunião aconteceu na sede da Embaixada argentina e estavam presentes autoridades do Itamaraty, do Ministério de Infraestrutura e representantes dos governos do Paraná e de Mato Grosso do Sul.


A região Norte Grande da Argentina é o trecho por onde irá passar a Rota Bioceânica naquele país. Ela é composta pelas províncias de Tucumán, Salta, Santiago del Estero, Jujuy, Catamarca, La Rioja, Misiones, Chaco, Corrientes e Formosa, e abrange uma área de 850 mil quilômetros quadrados onde residem 9 milhões de pessoas, ou seja, 20% da população argentina. É uma região grande produtora de vinhos e atualmente precisa direcionar a Buenos Aires toda sua produção para depois acessar outros mercados, como o brasileiro. Com a Rota Bioceânica esse caminho será encurtado consideravelmente, o que se traduz em redução no preço final da mercadoria.


Os governadores ficaram entusiasmados com as possibilidades de desenvolvimento que a Rota oferece e já se articulam para apoiar sua concretização. “Essa reunião foi importante porque, pela primeira vez, reunimos governadores da região Norte da Argentina por onde a Rota irá passar. Já tivemos várias tratativas com governadores das províncias do Chile e do Paraguai, mas com os argentinos foi a primeira vez”, disse o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck.


Os governadores do Norte Grande argentino tinham pouco conhecimento sobre o projeto, inclusive as oportunidades que se ampliam para o comércio local. E o Brasil tem estudos muito mais aprofundados de todos, mostrando todos os impactos previstos, o que foi apresentado a eles nessa reunião. “O que precisamos, agora, é que esses governadores, junto com o governo central, elaborem um cronograma de investimento na infraestrutura necessária para consolidar a Rota no trecho argentino”, frisou Verruck.


Estudos do DNIT


Durante a reunião, o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) apresentou estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA) das obras necessárias na BR-267, desde a divisa com São Paulo até Porto Murtinho, e do acesso à ponte sobre o rio Paraguai, em Porto Murtinho. Esses estudos já trazem a previsão dos recursos que serão necessários para implementar as obras: mais de R$ 900 milhões, sendo que só para readequar a BR-267 – incluindo a implantação de um trecho de 71 quilômetros de asfalto partindo de Nova Alvorada e desviando de Rio Brilhante – estão previstos R$ 728 milhões.


O acesso a Porto Murtinho já está em fase mais adiantada, inclusive com recursos da ordem de R$ 180 milhões garantidos no Orçamento da União. Serão implantados 14 quilômetros de asfalto desde a BR-267 até a ponte sobre o rio Paraguai, na altura de Carmelo Peralta. Compreende ainda a construção de 7 pontes de concreto e dois trevos: um no início do acesso, na BR-267, e outro aproximadamente após cinco quilômetros, de onde deve partir uma nova rodovia para acessar a cidade de Porto Murtinho.


Na margem dessa rodovia também será implantado o Porto Seco de Porto Murtinho, um complexo alfandegário que abrigará as aduanas do Brasil e do Paraguai para dar agilidade ao desembaraço das cargas que trafegarão pela Rota Bioceânica. Os investimentos necessários para implantar esse complexo alfandegário não estão inclusos no orçamento apresentado pelo DNIT.

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